MINHA VIDA NO IRAQUE, NOS TEMPOS DE SADDAM HUSSEIN.- CAPÍTULO 2
Capítulo 2: Os primeiros contatos com as pessoas e com minha nova vida A viagem de Bagdá até Nassiryah, no ônibus enviado pela Mendes Jr., foi tranquila e durou cerca de 6 horas, se me lembro bem. Eu estava exausta, mas não consegui dormir. Além do motorista, haviam outros dois homens do receptivo e um intérprete egípcio que, semanas depois, se tornou meu amigo. Mas naquele momento, eu não tinha forças para conversar. Havia uma mistura de cansaço, alívio por chegar bem, depois das apreensões e sustos da viagem Brasil - Iraque, como narrei no capítulo 1, muita curiosidade com tudo o que desfilava pela janela do ônibus e, depois de ver tantos soldados e homens armados de fuzis, o medo de – por algum motivo aleatório – eu me tornar o alvo deles. Ou seria só o medo do novo? Não sei. Chegando ao acampamento (como nos referíamos à Vila Sifão) ainda de madrugada e todos dormiam. Eu fui encaminhada para o hotel onde iria morar dali em diante. Entrei no quarto, tomei um banho, me troquei