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Mostrando postagens de fevereiro, 2022

MINHA VIDA NO IRAQUE, NOS TEMPOS DE SADDAM HUSSEIN.- CAPÍTULO 2

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  Capítulo 2: Os primeiros contatos com as pessoas e com minha nova vida A viagem de Bagdá até Nassiryah, no ônibus enviado pela Mendes Jr., foi tranquila e durou cerca de 6 horas, se me lembro bem. Eu estava exausta, mas não consegui dormir. Além do motorista, haviam outros dois homens do receptivo e um intérprete egípcio que, semanas depois, se tornou meu amigo. Mas naquele momento, eu não tinha forças para conversar. Havia uma mistura de cansaço, alívio por chegar bem, depois das apreensões e sustos da viagem Brasil - Iraque, como narrei no capítulo 1, muita curiosidade com tudo o que desfilava pela janela do ônibus e, depois de ver tantos soldados e homens armados de fuzis, o medo de – por algum motivo aleatório – eu me tornar o alvo deles. Ou seria só o medo do novo? Não sei. Chegando ao acampamento (como nos referíamos à Vila Sifão) ainda de madrugada e todos dormiam. Eu fui encaminhada para o hotel onde iria morar dali em diante. Entrei no quarto, tomei um banho, me troquei

MINHA VIDA NO IRAQUE, NOS TEMPOS DE SADDAM HUSSEIN - CAPÍTULO I

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  Capítulo I: a viagem de ida Na segunda metade do século XX, o governo brasileiro – então nas mãos dos militares (1964 – 1984) – fechou uma parceria com o governo iraquiano de Saddam Hussein (1979 – 2003). De acordo com os registros históricos, em decorrência da importação do petróleo, a balança comercial Brasil-Iraque estava em desequilíbrio e o caminho encontrado pelo regime militar foi a parceria com o ditador Saddam Hussein, que – mesmo em guerra com o vizinho Irã – investia massivamente na infraestrutura do Iraque, naqueles tempos.  Foi o tempo em que o mundo se viu em dificuldades com o aumento dos preços do petróleo determinados pelos países membros da OPEP, desde a chamada “Crise do Petróleo” de 1973 e o restante do mundo estava se ajustando para enfrentar os novos desafios. Bandeiras do Iraque e do Brasil   Para reverter esse cenário, a solução encontrada pelo presidente Ernesto Geisel na época foi a venda de serviços brasileiros de engenharia (do mesmo modo como fazem