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Mostrando postagens de novembro, 2015

SERRAS, CORDILHEIRAS E "MINEIRIDADES"

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O ano era 2014. A Copa do Mundo acontecia no Brasil e, sem que soubéssemos, o esperado evento nos preparava alguns vexames históricos, dentro e fora dos estádios, sobre os quais não nos atrevíamos a imaginar, nem em nossos mais tenebrosos pesadelos. O fato é que, eu já havia planejado levar minha família ao Chile. Apoiando-me nos preços extorsivos dos ingressos para os jogos e, quem sabe uma intuição materna, que, secretamente me impeliu a tirar meus filhos dessa euforia transmutada em decepção, depois do fatídico sete a um da Alemanha sobre a "Seleção Canarinho", achei que seria um bom momento para realizar o sonho de conhecer os Andes.  Eu guardava em mim uma necessidade de conhecer aquelas montanhas "pessoalmente".  O primeiro contato foi pela janela do avião. E lá estava ela! Linda, imponente e desafiadora: a Cordilheira dos Andes.  CORDILHEIRA DOS ANDES - SANTIAGO  (Acervo pessoal)  Em volta de seus cumes encobertos pe

POR QUE AS BARRAGENS DE REJEITOS SÃO TÃO FRÁGEIS? MUITAS PERGUNTAS. POUCAS RESPOSTAS.

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   Conversando com uma pessoa da minha família que trabalha na mineração (que não direi o nome aqui por receio de que venha a ser, de alguma forma prejudicado), tomei conhecimento da fragilidade das barragens construídas para armazenar os rejeitos da mineração. E me veio essa questão. Esta é uma pergunta que eu gostaria de ver respondida pelos responsáveis pela tragédia de Mariana (MG). Não vi nenhum repórter fazê-la aos dirigentes da Samarco ou de outras mineradoras que já tiveram suas barragens rompidas.    Fui procurar imagens e respostas sobre isso. Logicamente a fragilidade das barragens de rejeito de minério são mais frágeis porque, construí-las de modo mais seguro, eleva os custos de produção.    Encontrei uma resposta, no mínimo, intrigante, em um trabalho sobre a construção de barragens de rejeito mineral, divulgado pelo site Maxwell, que divulga parte da produção científica da PUC-RJ. Já na introdução o autor do trabalho sobre a engenharia da construção de barragens, des

ESTADO ISLÂMICO: VERDADES CONSTRANGEDORAS

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Os atentados ocorridos em Paris, no dia 13 de novembro de 2015, mais uma vez provocaram grande comoção no mundo inteiro, algo perfeitamente normal. Afinal, independentemente do lugar onde ocorra a violência e a perda de vidas, seja uma vida ou um milhão, tem que provocar a nossa indignação. Esta é a reação esperada entre os humanos que não se deixaram desumanizar pela banalização da violência e desvalorização da vida que nos cerca cotidianamente e em quase todo o planeta. O que incomoda é saber que o mundo inteiro está refém de suas próprias atitudes e de sua indiferença frente ao sofrimento de milhões de seres humanos, que vivem à margem de todos os avanços alcançados pela sociedade "moderna". Sofremos pelos mortos em Paris, mas continuamos indiferentes ao sofrimento, que mata milhares de pessoas todos os dias, causado por inúmeras outras formas de violência.   Antes que cheguem acusações e agressões de toda ordem sobre o que foi dito acima, fato corriqueiro em tempos d

Porque Minas Gerais é para sempre!

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LAMA, VIDAS E HISTÓRIAS

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  Os Geógrafos do passado foram muito felizes quando conceituaram o espaço que damos o nome de "lugar". Para a Geografia, "lugar" é aquele espaço onde se constroem relações de afetividade. Nesse sentido, o que é um lugar para uma pessoa, pode não sê-lo para outra.     Sou Geógrafa e, desde quinta-feira, muitas lembranças me vêm sobre um lugar muito, muito especial para mim: a cidade de Mariana, em Minas Gerais. Aquele sempre foi um lugar para mim. Enquanto a família do meu pai teve sua origem em Ouro Preto, boa parte da família de minha mãe nasceu, viveu ou ainda vive na cidade de Mariana. Nunca morei na cidade, mas era aí que eu e minha irmã passávamos praticamente todas as nossas férias escolares, desde que éramos muito pequenas e mal sabíamos caminhar. E assim foi até a juventude.  Centro histórico de Mariana (MG) - Acervo pessoal   Pra mim, desde aqueles tempos, jamais houve uma praça mais linda que “o jardim” de Mariana. Tantas histórias! Tantas